sábado, 20 de outubro de 2012

CHICO CÉSAR


Mama África

Chico César

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)
Mama África, tem
Tanto o que fazer
Além de cuidar neném
Além de fazer denguim
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
Mas não se afasta de você...
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...
Quando Mama sai de casa
Seus filhos de olodunzam
Rola o maior jazz
Mama tem calo nos pés
Mama precisa de paz...
Mama não quer brincar mais
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
No ritmo de vida de mama...
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)
É do Senegal
Ser negão, Senegal...
Deve ser legal
Ser negão, Senegal...(3x)
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo o dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)
Mama África
A minha mãe
Mama África
A minha mãe
Mama África...


Girassol

Chico César

Hoje nasceu um girassol
Nos trilhos da avenida central
Eu desejo o girassol
Que não nasce no meu quintal
Qualquer girassol que nascer
Em qualquer lugar afinal
Também é o meu girassol
Fico feliz em saber
Hoje nasceu um girassol
No jardim das flores do mal
Quando nasce um girassol
As flores fazem um carnaval
Quem namora um girassol
Nunca se cansa meu bem
Vai ter filho girassol
Que entra na dança também
Girassol nosso destino
Gira tão solto no ar
Quando o sol está dormindo
Giramos para o luar

VARGAS NETO - poema gaúcho


Bochincho
Ao Rubens de Barcellos

Huâi-huin, huâi-huin, huâi-huin, huâ-huaia-hun...
O gaiteiro abre a gaita no bochincho...
Por gostar de fandango foi que eu vim,
Mas ’stá apertado como queijo em cincho....

Gaitero, toca um “chóte” só pra mim,
Pois ninguém “junta” no rincão que eu rincho!
Quero ver se aqui tem algum micuim
Que queira se meter como capincho...

Veio o “dono” com parte de tetéia,
Já le traquei meu mango na idéia,
Pois pra me esparramar foi mesmo um upa!

Dei um talho de adaga no gaitero,
Atravanquei um coice no candiero
E levei uma china na garupa...

Esse soneto, publicado originalmente em 1925,

MARTINHO DA VILA


Kizomba, Festa da Raça

Martinho da Vila

Valeu Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sarcedote ergue a taça
Convocando toda a massa
Nesse evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Reza ageum e Orixá
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Valeu
Valeu Zumbi
FONTE: http://letras.mus.br/martinho-da-vila/287389/

Negros Odores

Martinho da Vila

Um canto novo
Soa aos ouvidos
Faz a cabeça
Já está nas bocas
E não se deve
Prender um canto
Se esse canto é de fé

O forte canto
Vi em Angola
Em Moçambique
Em Cabo Verde
Na Tanzânia
Na Etiópia
Mesmas cores das Guinés

Lá no Zimbabwe
Congo
Em São Tomé e Benin
Negros odores e carmin
Vibro, me encanto
Canto
E até já nem me espanto
Com os tambores e clarins
FONTE: http://letras.mus.br/martinho-da-vila/287417/




Aquarela Brasileira

Martinho da Vila

Vejam essa maravilha de cenário:
É um episódio relicário,
Que o artista, num sonho genial
Escolheu para este carnaval.
E o asfalto como passarela
Será a tela do Brasil em forma de aquarela.
Caminhando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais.
No Pará, a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó.
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais.
Estava no Ceará, terra de irapuã,
De Iracema e Tupã
E fiquei radiante de alegria
Quando cheguei na Bahia...
Bahia de Castro Alves, do acarajé,
Das noites de magia do Candomblé.
Depois de atravessar as matas do Ipu
Assisti em Pernambuco
A festa do frevo e do maracatu.
Brasília tem o seu destaque
Na arte, na beleza, arquitetura.
Feitiço de garoa pela serra!
São Paulo engrandece a nossa terra!
Do leste, por todo o Centro-Oeste,
Tudo é belo e tem lindo matiz.
No Rio dos sambas e batucadas,
Dos malandros e mulatas
De requebros febris.
Brasil, essas nossas verdes matas,
Cachoeiras e cascatas de colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emoldura em aquarela o meu Brasil.
FONTE: http://letras.mus.br/martinho-da-vila/265569/




Chico rei

Martinho da Vila

Vivia no litoral africano
Uma régia tribo ordeira cujo rei era símbolo
De uma terra laboriosa e hospitaleira
Um dia, essa tranqüilidade sucumbiu
Quando os portugueses invadiram
Capturando homens
Para fazê-los escravos no Brasil
Na viagem agonizante
Houve gritos alucinantes
lamentos de dor
Ô, ô, ô adeus, Baobá, ô, ô, ô
Ô, ô, ô adeus, meu Bengo, eu já vou

Ao longe, Minas jamais ouvia
Quando o rei mais confiante
Jurou à sua gente que um dia os libertaria
Chegando ao Rio de Janeiro
No mercado de escravos
Um rico fidalgo os comprou
E para Vila Rica os levou
A idéia do rei foi genial
Esconder o pó de ouro entre os cabelos
Assim fez seu pessoal
Todas as noites quando das minas regressavam
Iam à igreja e suas cabeças banhavam
Era o ouro depositado na pia
E guardado em outro lugar com garantia
Até completar a importância
Para comprar suas alforrias
Foram libertos cada um por sua vez
E assim foi que o rei
Sob o sol da liberdade trabalhou
E um pouco de terra ele comprou
Descobrindo ouro enriqueceu
Escolheu o nome de Francisco
E ao catolicismo se converteu
No ponto mais alto da cidade, Chico Rei
Com seu espírito de luz
Mandou construir uma igreja
E a denominou
Santa Efigênia do Alto da Cruz
FONTE: http://letras.mus.br/martinho-da-vila/571899/


JOÃO NOGUEIRA


Gago Apaixonado

João Nogueira

Mu-mu-mu-mulher em mim fi-fizeste um estrago
Eu de nervoso tô fi-fi-ficando gago
Não po-posso su-suportar com a cru-crueldade
Da saudade
E que-que-que-que maldade
Vi-vi-vi-vivo sem afa-fa-fago
Tem pe-pe-pena desse moribundo
Que já vi-vi-vi-vi-vi-virou vagabundo
Só-só por ter so-so-so-so-sofri-fri-do
Tu-tu-tu-tu tens o co-coração fi-fi-fingido
Mu-mu-mu-mulher em mim fi-fizeste um estrago
Eu de nervoso tô fi-fi-ficando gago
Não po-posso su-suportar com a cru-crueldade
Da saudade
E que-que-que-que maldade
Vi-vi-vi-vivo sem afa-fa-fago
O teu co-coração tu me entregaste
E depo-pois tu me to-to-to-ma-maste
A tu-tua fa-falsidade é pro-pro-profu-funda
Tu-tu-tu vais fi-fi-ficar corcunda

De Babado

João Nogueira

REFRÃO:
De babado, sim
Meu amor ideal
Sem babado não.
Seu vestido de babado,
Que é de fato alta-costura,
Me fez sábado passado
Ir a pé a Cascadura.
(E voltei de cara-dura!)
REFRÃO
Com um vestido de babado
Que eu comprei lá em Paris
Eu sambei num batizado
Não dei palpite infeliz.
(Você não viu porque não quis!)
REFRÃO
Quando eu ando a seu lado
Você sobe de valor,
Seu vestido sem babado
É você sem meu amor.
(É assistência sem doutor!)
REFRÃO
Quando andei pela Bahia
Pesquei muito tubarão,
Mas pesquei um bicho um dia
Que comeu a embarcação.
(Não era peixe, era dragão!)
REFRÃO
Brasileiro diz meu bem
E francês diz "mon amour",
Você diz: vale quem tem
Muito dinheiro pra pagar meu "point-à-jo"
(Eu ando sem "I'argent toujours!")
REFRÃO
Vou buscar um copo d'água
Pra dar à minha avó,
Não vou de bonde porque tenho mágoa,
Não vou a pé porque você tem dó.
(Vamos comprar o Mossoró¹!)
REFRÃO MODIFICADO:
De cavalo, sim
Meu amor ideal
Sem cavalo, não
(Mas o cavalo de babado...)



Forças da Natureza

João Nogueira

Quando o sol se derramar em toda sua essência
Desafiando o poder da ciência
Pra combater o mal
E o mar
Com suas águas bravias
Levar consigo o pó dos nossos dias
Vai ser um bom sinal
Os palácios vão desabar
Sob a força de um temporal
Os ventos sufocar um barulho infernal
Os homens vão se revelar
Desta farsa descomunal
Vai voltar tudo ao seu lugar
Afinal
Vai resplandescer
Uma chuva de prata do céu vai descer
O esplendor da mata vai renascer
E o ar de novo vai ser natural
Vai florir,
cada grande cidade no mato vai cobrir
Das ruínas um novo povo vai surgir
Que vai cantar afinal
As pragas e as ervas daninhas
As armas e os homens do mau
Vão desaparecer nas cinzas de um carnaval


Poder da Criação

João Nogueira

Não, ninguem faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação
Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração
Não, ela é uma luz que chega de repente
Com a rapidez de uma estrela cadente
Que acende a mente e o coração
É faz pensar que existe uma força maior que nos guia
Que está no ar
Bem no meio da noite ou no claro do dia
Chega a nos angustiar
E o poeta se deixa levar por essa magia
E o verso vem vindo e vem vindo uma melodia
E o povo começa a cantar, lá laia laiá
Lá lá laía laiá

JOÃO BOSCO



Mestre sala dos mares

João Bosco


Há muito tempo nas águas
Da guanabara
O dragão no mar reapareceu
Na figura de um bravo
Feiticeiro
A quem a história
Não esqueceu
Conhecido como
Navegante negro
Tinha a dignidade de um
Mestre-sala
E ao acenar pelo mar
Na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por
Batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam
Das costas
Dos santos entre cantos
E chibatas
Inundando o coração,
Do pessoal do porão
Que a exemplo do feiticeiro
Gritava então
Glória aos piratas, às
Mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça,
Às baleias
Glórias a todas as lutas
Inglórias
Que através da
Nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais.
FONTE: http://letras.mus.br/joao-bosco/663976/



No Tabuleiro da Baiana

João Bosco

dueto com Daniela Mercury

Na tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Carurú
Mungunzá, oi
Tem umbú
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O teu coração
Teu amor de iaiá
No coração da baiana tem
Sedução, oi
Carjerê, oi
Ilusão, oi
Candomblé pra você
Juro por Deus
Pelo Senhor do Bonfim
Quero você
Baianinha
Inteirinha pra mim
E depois
O que será de nós dois?
Seu amor é tão fugaz
Enganador
Tudo já fiz
Fui até no canjerê
Pra ser feliz
Meus trapinhos juntar com você
E depois
Vai ser mais uma ilusão
No amor
Quem governa é o coração

FINTE:http://letras.mus.br/joao-bosco/1291974/


Aquarela do Brasil

João Bosco


Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Pra mim... Pra mim...
Ô, abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil! Brasil!
Deixa cantar de novo o trovador
À merencória luz da lua
Toda a canção do meu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Brasil!
Pra mim... Pra mim...
Brasil, terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
O Brasil verde que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Pra mim... Pra mim...

Ô, esse coqueiro que dá coco
Oi onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil! Brasil!

Ô, oi essas fontes murmurantes
Oi onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Oi, esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Brasil!
Pra mim... Pra mim...

FONTE:http://letras.mus.br/joao-bosco/851440/



Nó Na Madeira

João Bosco


Eu sou é madeira.
Em samba de roda já dei muito nó...
Em roda de samba sou considerado,
De chinelo novo brinquei carnaval, carnaval.
Eu sou é madeira.
Meu peito é do povo do samba e da gente,
E dou meu recado de coração quente
Não ligo a tristeza, não furo eu sou gente.
Sou é a madeira.
Trabalho é besteira, o negócio é sambar
Que samba é ciência e com consciência
Só ter paciência que eu chego até lá...
Sou nó na madeira
Lenha na fogueira que já vai pegar
Se é fogo que fica ninguém mais apaga
É a paga da praga que eu vou te rogar (2x)

FONTEhttp://letras.mus.br/joao-bosco/1969320/





RACIONAIS Mc"s - letras


CHOVE CHUVA

Chove chuva aaaaah
Chove sem parar
Chove chuva aaaaah
Chove sem parar
Parar?parar?

Meu clan tá formado, você é meu aliado
Através do seu ouvido tô envolvido lado a lado
Ideia te incentiva pra c num segui o crime
Cada um no seu lugar e você não é desse time
Mesmo que você discorde do que eu tenha pra falar
Melhor você na rua do que ver sua mãe chorar
Sê sabe que cadeia, só uma questão de tempo
Não caia nessa teia uma cena triste lamento
Lamento o que doidão, se você já me conhece
Só sofre quem não tem dinheiro esse é o teste
Eu vou fazer a boa, não vou moscar a tóa
Me aposentar e parar antes de ser coroa
Isso tudo é uma ilusão, de poder em ascensão
Tudo tem um preço não se esqueça negão
A ambição vai te cobrar, te cegar, te arrastar
O homem dá com a mão pra com a outra vir tirar
Fazendo sê sonhar com carro digital
Ser heroi com o celular de 2000 real
Sê sabe que mulher, não falta nunca né
Se tiver uma caranga pro rolê e um nike no pé
É o brasil é mó zica quanto tempo
E a quanto tempo o homem já não era violento
Mais uma coisa puxa, outra é triste inevitável
A miséria não acaba porque ainda é favoravel
Imaginem só, o brasil sendo melhor
Com divisão de terra e espaço ao redor
Redor de quê? redor de quem tá viajando
Esgoto a céu aberto é a real de varios manos
Você tá vivendo na ilusão da cidade
Do ensino meia boca, lezando a mentalidade
Difícil é resistir, se pensar vai ser pior
Nossa cara é ir pra cima e fazer nosso melhor
Melhor dentro da escola, melhor que uma vitrini
Melhor longe da esmola, melhor longe do crime
Que a vida nos ensine, traga o conhecimento
Que mostre o outro lado e não o sofrimento
A rua violenta pode ser de outro jeito
Ninguém é perfeito mas ainda tem o direito
Direito de falar, direito de pensar
Direito de viver descentemente sem roubar
Direito de aprender como se ganha dinheiro
Sem ter que trapacear no jogo o tempo inteiro
Direito de ouvir e de criticar também
Direito de entender e debater com você além
A lei que foi criada pra incentivar
O nosso acesso é restrito, o processo é só aumentar
Vamô chegar, mudar, pra revolucionar
Racionais está no ar, e o rap também tá
Em qualquer lugar, onde a mensagem vá
Sei que um aliado mais um, vou resgatar!!!
FONTE: http://racionais-mcs.musicas.mus.br/letras/1994858/

CANTO DE ORAÇÃO
Beleza muito boa noite !
Essa é para o Belo
Uma volta triunfal.
É um guerreiro bom,bandido mau.
Bob firmeza.
Familia Cosa Nostra,orgulhosamente apresenta.

Por que é preciso brigar
sangrar calado jamais,chorar à toa e arrastar os
demais
até que jogue a toalha
enquanto a tinta não falha...

Xó chuá e o samba ficou vazio
mais de 100 moto a mil tem que se organizar
batucada e fumaça a fuga em massa
Mas alguém tem que parar pra pensar

Carai ... quem foi ?
Alguém da vizinhança
Suave irmão era só a ambulância
tragicomédia da vida
inimigos a parte
a vida imita a arte e vice e versa
enquanto isso na sala de justiça o lider fariseu
comemora a noticia
De um capricho do céu invejoso cruel
trama via Embratel quero ver quem vai rir (bis)

O guerreiro tá de volta com "nóis" pra curtir
vai ser o dinheiro,nego
É desse jeito Belo
Família Vida Loca tá na área
Mano Brown,Ice Blue,Belo,Do Bronks,Dom Quixote,Black
Doom

Ao ver o Morro chorar Laia laia
Ore,moça bonita não chore
Desilusão em cadeia,mais um crioulo na teia
Que só queria levar sua garota ao cinema
E depois cantar,cantar e cantar
tudo é tudo,nada é nada
Nada mal
Nada mais que um Jaguar
nada como um dia a pós o outro sem juri
nada,nada que um bom samba não cure
nada além de que um castelo que os moleque quer
novela de janet clair
Legal,é bad boy, James Dean
de gel no cabelo,cigarro entre os dedo,conversivel
vermelho
Os branco abraço se tornou herói.
então o mundo mudou e surgiu os Playboy
Aqui Roberto Carlos e o seu novo carrão
Mostrou que os outros probre loco tem mais que
invadir
porque sim,porque não um malandro explanou

É "nóis" que tá no "baguio",Brown
Só se for nossa sina de dar uma volta por cima
subi 1800 colinas
é preciso viver chapa de frente pro mar
Enteder essa brisa
Qual que pá dessa vida
O rico sabe o que é bom
Sol,som,maresia ...
aquelo que Tom Jobim via

Eu prefiro as curvas da estrada de Santos
Vestindo meu manto,jogando com a dez
traficar melodia mas que o Abadia
Rima,pedindo pra Deus "oía".
vamos !


Part. Belo

Oya
É o povo de cá pedindo pra não sofrer
Nossa gente ilhada precisa sobreviver
E levantam-se as mão pedindo pra Deus olhar
Já não se vive sem farinha e pirão não há
Não haveria motivos pra gente desanimar
Se houvesse remédio pra gente remediar
Já vai longea procura da cura que vai chegar
Lá no céu de Brasília estrelas irão cair
E a poeira de tanta sujeira há de subir
Oya
Será que a força da fé que carrega nosso viver
Pode mover montanhas e jogar dentro do mar
Tanta gente de bem que só tem mal pra dar
Será que a força da fé que carrega nosso viver
Pode mover montanhas pra gente poder passar
É a nossa oração pedindo pra Deus

FONTE:http://racionais-mcs.musicas.mus.br/letras/1874200/



MARIGHELLA
Mil faces de um homem leal

A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (2x)

Protetor das multidões
Encarnações de célebres malandros
De cérebros brilhantes
Reuniram-se no céu
O destino de um fiel, se é o céu o que deus quer
Tô somado, é o que é, assim foi escrito
O mártir, o mito
Um maldito sonhador
Bandido da minha cor
Um novo messias
Se o povo domina ou não
Se poucos sabiam ler
E eu morrer em vão
Leso e louco sem saber
Coisas do brasil, super-herói, mulato
Defensor dos fracos, assaltante nato
Ouçam, é foto e é fato a planos cruéis
Tramam 30 fariseus contra moisés, morô
Reaja ao revés, seja alvo de inveja
Irmão, esquinas revelam a sina de um rebelde, oh meu
Que ousou lutar, amou a raça
Honrou a causa que adotou,
Aplauso é pra poucos
Revolução no brasil tem um nome
Vejam o homem
Sei que esse era um homem também
A imagem e o gesto
Lutar por amor
Indigesto como o sequestro do embaixador

O resto é flor, se tem festa eu vou
Eu peço, leia os meus versos, e o protesto é show
Presta atenção que o sucesso em excesso é cão
Que se habilita a lutar, fome grita horrível
A todo ouvido insensível que evita escutar
Acredita lutar, quanto custa ligar?
Cidade chama vida, que vais por quem ama
Clama por socorro, quem ouvirá?
Crianças, velhos e cachorros sem temor
Clara meu eterno amor, sara minhas dores
Pra não dizer que eu não falei das flores

Da bahia de são salvador brasil
Capoeira mata um mata mil, porque
Me fez hábil como um cão
Sábio como um monge
Antirreflexo de longe
Homem complexo sim
Confesso que queria
Ver davi matar golias
Nos trevos e cancelas
Becos e vielas
Guetos e favelas
Quero ver você trocar de igual
Subir os degraus, precipício
E vida difícil, povo feliz

Quem samba fica,
Quem não samba, camba
Chegou, salve geral da mansão dos bamba
Não se faz revolução sem um fura na mão
Sem justiça não há paz, há escravidão...

Revolução no brasil tem um nome...

A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (2x)

Marighella

Essa noite em são paulo um anjo vai morrer
Por mim, por você, por ter coragem em dizer
FONTE:http://racionais-mcs.musicas.mus.br/letras/2075379/



TITÃS


Comida
Titãs

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...

A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...

A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...

A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...

Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade...

Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Sérgio Brito

FERREIRA GULLAR




Poema Brasileiro

No Piauí de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade

No Piauí
de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade

No Piauí
de cada 100 crianças
que nascem
78 morrem
antes
de completar
8 anos de idade

antes de completar 8 anos de idade
antes de completar 8 anos de idade
antes de completar 8 anos de idade
antes de completar 8 anos de idade

                    (1962)








mar azul

mar azul      marco azul
mar azul      marco azul      barco azul
mar azul      marco azul      barco azul      arco azul
mar azul      marco azul      barco azul      arco azul      ar azul







Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?


SINAL FECHADO


Sinal Fechado
Paulinho da Viola

 Olá! Como vai?

 Eu vou indo. E você, tudo bem?

 Tudo bem! Eu vou indo, correndo,

 pegar meu lugar no futuro… E você?

 Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono

 tranquilo… Quem sabe?

 Quanto tempo...

 Pois é, quanto tempo...

 Me perdoe a pressa,

 é a alma dos nossos negócios...

 Oh! não tem de quê.

 Eu também só ando a cem.

 Quando é que você telefona,

 Precisamos nos ver por aí.

 Pra semana, prometo, talvez

 nos vejamos… Quem sabe?

 Quanto tempo...

 Pois é… Quanto tempo...


 Tanta coisa que eu tinha a dizer

 mas eu sumi na poeira das ruas.

 Eu também tenho algo a dizer,

 mas me foge à lembrança.

 Por favor, telefone; preciso beber

 alguma coisa, rapidamente.

 Pra semana…

 O sinal…

 Eu procuro você…

 Vai abrir, vai abrir…

 Eu prometo, não esqueço.

 Por favor, não esqueça, não esqueça, não esqueça.

 Adeus...

CATAR FEIJÃO



Catar feijão

Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.


Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco.

João Cabral de Melo Neto

PESCA


 PESCA
(Affonso Romano de Sant'Anna )

O anil
o anzol
o azul

o silêncio
o tempo
o peixe

a agulha
vertical
mergulha

a água
a linha
a espuma

o tempo
o peixe
o silêncio

a garganta
a âncora
o peixe

a boca 
o arranco
o rasgão

aberta a água
aberta a chaga
aberto o anzo

aquelíneo
agil-claro
estabanado

o peixe
a areia
o sol

SERENATA SINTÉTICA


Serenata Sintética

Cassiano Ricardo



Rua
  torta

                         Lua   
                         morta

                                                Tua 
                                                porta